07 junho 2005

CIberjornalismo: o futuro a bater à nossa porta!

Ciberjornalismo, jornalismo digital, webjornalismo, jornalismo electrónico, jornalismo multimédia, todas estas expressões querem apenas definir a prática jornalística no âmbito da Internet, “na e para a Internet”, citando a expressão usada no livro do Professor Helder Bastos “Jornalismo Electrónico: Internet e reconfiguração de práticas nas redacções”. Ciberjornalismo passa a ser uma nova forma de jornalismo, com o objectivo de informar, fornecer conteúdos diversificados e mais amplos, através de uma rede global, a Internet.

Este novo tipo de jornalismo revolucionou modos de escrever, linguagem, rotinas. Baseando-se nas bases simples e principais da prática jornalística, o jornalismo digital tem características muito próprias. A instantaneidade/rapidez na actualização dos conteúdos informativos; o fácil armazenamento de informação e grande capacidade de memória; a interactividade, o leitor pode participar directamente, aceder a outros sítios directamente, emitir a sua opinião; os vários formatos multimédia todos conjugados num só meio que é a Internet (vídeo, texto, áudio, …); o hipertexto que permite ao leitor atinge outros sítios, expandir horizontes de conhecimento; a personalização de conteúdo através de novas tecnologias como o Wiki; …).

O desenvolvimento do ciberjornalismo não estagnou nem tão pouco já desenvolveu e revelou todas as suas capacidades. Segundo Luciana Mielniczuk “Ao longo desta década de história do jornalismo na Web, é possível identificar três fases distintas. Num primeiro momento, ao qual chama-se de transpositivo, os produtos oferecidos, em sua maioria, eram reproduções de partes dos grandes jornais impressos, (…) Com o aperfeiçoamento e desenvolvimento da estrutura técnica da Internet, pode-se identificar uma segunda fase – a da metáfora – quando, mesmo ‘atrelado’ ao modelo do jornal impresso, os produtos começam a apresentar experiências na tentativa de explorar as características oferecidas pela rede (…) O cenário começa a modificar-se com o surgimento de iniciativas tanto empresariais quanto editoriais destinadas exclusivamente para a Internet. São sites jornalísticos que extrapolam a ideia de uma simples versão para a Web de um jornal impresso e passam a explorar de forma melhor as potencialidades oferecidas pela rede. Tem-se, então, o webjornalismo.”

Sem dúvida que após uma década de ciberjornalismo, ainda há muito a fazer e a dizer acerca deste assunto. Parecendo que não os sítios jornalísticos ainda ficam muito aquém daquilo que era previsto. As empresas media não investem, ainda não se vê na Internet o futuro do jornalismo. Rosental Calmon Alves refere que "Não é hora de obter lucro com a Internet, é hora de investir", “a Internet possibilita a informação que se quer, onde se quer e como se quer”, dando uma perspectiva de que a revolução dos meios e o futuro estão neste novo meio e que, hoje em dia, o computador é essencial. Outro teórico desta área, Ramón Salaverría destaca como as três maiores características do webjornalismo, a hipertextualidade, a interactividade e multimediação, referindo “que o que estamos vivendo hoje não é uma revolução, mas sim uma evolução''.

O ciberjornalismo é com certeza o portal do futuro que nos transporta para novas mundos, à distância de um simples clique. Após uma década, o jornalismo on-line ainda tem muito que evoluir, consolidar bases de rotinas, linguagens, etc. Vendo por este lado a questão que se impõe é “Porque é que os meios de comunicação social, estando a morrer aos poucos, não investem neste novo meio que é a Internet, apostando na formação de ciberjornalistas especializados nas novas tecnologias?”. Este é o futuro, abrir os olhos e avançar sem medo é a atitude que todos devemos ter.

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